A volta! Rumo ao Topo!!

0
Ele está voltando, domingo (01/09/2013 - as 2h da manhã), após a vitória da realização na primeira etapa do projeto! Foram 5.220Km percorridos;
*4050Km pedalados;  

*133 dias de desafios vivenciados na travessia de leste-Oeste da América do Sul (Brasil-Bolívia);

*50 municípios brasileiros e 03 cidades bolivianas visitadas e vivenciadas;

*Atravessados de Bike:  05 estados e mais o DF. Do nordeste e centro-oeste brasileiro;

*03 Províncias bolivianas visitadas e vivenciadas;

*03 Montanhas geladas acima de 5.000m de altitudes escaladas até o topo;
Chacaltaya – 5.421m de Altitude (27/7)
Pequeno Alpamayo – 5.370m de Altitude (10/8)
Cerro Áustria – 5.200m de Altitude (11/8)

*01 Montanha gelada escalada até o topo e 01 escalada em parte, as duas acima de 6.000m de altitudes;
Huayna Potosí – 6.088m de Altitude (18/8)
Nevado Sajama – 6.542m de Altitude (25/08/13- escalada em parte pois o vento estava a 100km/h dentre outras condições desfavoráveis devido ao tempo).

Rumo aos sonhos,
Rumo as aventuras de viver,
RUMO AO TOPO!

Pequeño Alpamayo (5.370m) e Pico Áustria (5.350m)

2
Esses dias fui ao vale do Condoriri tentar fazer três montanhas e continuar o processo de aclimatação. Consegui fazer cume em duas das três montanhas que eu havia planejado, foram elas, o Pequeño Alpamayo de 5.370m e o Pico Áustria de 5.350m. Infelizmente, na descida do Alpamayo, novamente, meus pés tiveram problemas, os dedos machucaram muito dentro das botas plásticas o que me deixou impossibilitado de tentar a montanha principal, a Cabeça de Condor de 5.648m. Decidi então retornar à La Paz para curar os ferimentos dos meus pés o mais rápido possível, pois pretendo voltar ao Huayna Potosí e romper a barreira dos seis mil metros, e novamente, tentar fazer seu cume de 6.088m. Essa pequena expedição que durou três dias, onde subi essas duas belas montanhas, foi uma experiência inesquecível! 
Tuni
Fomos de carro com todos os mantimentos e equipamentos até Tuni, que é uma pequena vila de pedra e onde está localizada uma grande barragem que fornece água para toda cidade de La Paz. Descarregamos tudo, almoçamos em uma mesa de pedra ao ar livre, e logo depois, caminhamos por quase três horas por entre os vales que margeiam a Cordilheira Real. Nossas coisas vieram trazidas em mulas. Chegamos no acampamento base por volta das três da tarde e foi uma das visões mais recompensantes que já tive em todos esses meses de viagem do projeto Rumo ao Topo. Fiquei "bestificado" com a beleza daquele lugar. Nos instalamos em uma casinha de pedras, rodeada por um muro também de pedras, localizada às margens de uma laguna enorme, verde, de águas transparentes, e ao redor dessa laguna, que se chama Laguna Chiarkota, imperavam, grandiosos, cerca de dez picos da Cordilheira Real (que envolviam e alimentavam, geograficamente, todos aqueles vales em que caminhamos). Naquela paisagem deslumbrante, ficamos alojados nos domínios dos andes, no vale do Condoriri, enchendo nossos espíritos das energias vindas daqueles colossos nevados. 
O reflexo das montanhas na água da laguna tornava aquele lugar ainda mais fantástico, e para completar o cenário havia um pequeno barquinho dos pescadores locais, que me deixava com o sentimento de está dentro de um quadro, uma pintura viva. Na madrugada da sexta para o sábado eu e Eliseu saímos em direção ao glaciar que dava acesso ao Pequeño Alpamayo, apesar de só ter dormido quarenta minutos eu estava me sentindo muito bem, foram três horas e meia, aproximadamente, sem se cansar, até o cume do pico Tarija, de onde temos acesso à grande rampa de neve e se faz o ataque final ao cume do Pequeño Alpamayo. Mas antes de iniciarmos a escala daquela aresta de gelo, tínhamos que desescalar um abismo de rocha com cerca de sessenta metros, para mim foi o momento mais difícil de toda a escalada. Depois de vencer aquela descensão até a base do Alpamayo, começamos a escalada em si, que foi um pouco mais cansativa por ser uma parede mais íngreme e técnica, mas venci com facilidade a aresta até o seu ponto culminante, onde chegamos exatamente às sete horas da manhã. Estava muito feliz por ter conseguido esse cume, o qual eu havia desejado desde a preparação do Projeto Rumo ao Topo, ainda no Brasil. 
A sensação de não ter mais nada para subir é indescritível! Dali só tinha como descer, e durante a descida meus pés começaram a sofrer com o impacto de toda a descensão, não acreditei que novamente eu ia passar por esse problema. A dor era quase que insuportável, já chegando próximo ao glaciar eu não aguentava dar nem mais um passo, foi aí que sentei na neve e fui escorregando, utilizando o piolet como remo para me dar propulsão. Quando não dava mais para escorregar paramos um pouco...O Eliseu me deu chá de coca bem quente, e em seguida respirei fundo e aguentei a dor até chegar no final do glaciar. Imediatamente tirei as botas plásticas e coloquei a minha bota de trekking que é muito confortável. No resto da trilha até o campo base quase não doeu meus pés. 
Eliseu
A noite, conversei com o Eliseu e avaliamos que não havia possibilidades de eu tentar o Condoriri com os pés daquele jeito, então, chegamos a decisão de fazer apenas o Pico Áustria às cinco da manhã de domingo, pois não precisava colocar as botas plásticas, porque quase não havia neve naquela montanha. Naquela noite dormi perfeitamente bem, acordei com o Eliseu batendo na janela, daí nos preparamos, tomamos chá quente com pão e seguimos direto para encosta do Áustria. O tempo também estava perfeito, sem vento, e eu estava me sentindo muito bem, tanto que segui sem cansar até o seu cume de 5.350m, que fizemos em uma hora e quarenta minutos. Na descida meu pé quase não incomodou, descemos praticamente correndo. 
Fiquei com muita vontade de tentar o Cabeça de Condor mas sabia que não suportaria as botas plásticas naquele momento, então voltei a pensar no plano que tracei com Eliseu. Esperamos um grupo de franceses retornar do Pequeño Alpamayo e retornamos juntos até um grande vale cheio de llamas, onde um carro já nos esperava para retornar à La Paz. Durante a viajem, fiquei refletindo sobre o que poderia ser a causa das lesões nos meus pés, sabia que elas só aconteciam durante a descida. Só quando cheguei no hotel foi que constatei que nos dois casos em que meus pés se lesionaram eu estava usando uma primeira pele que vestia como uma meia calça, dos pés até a cintura, e lembrei que quando me deitava no saco de dormir aquilo ficava dobrando os meus dedos para baixo, então associei logo esse fato às lesões com o impacto da descida em cima dos dedos dobrados por conta dessa primeira pele mais fina. Vou testar escalar sem essa vestimenta no Huayna Potosí, espero que tenha desvendado o problema. Valeu, amigos!! 
RUMO AO TOPO!!!

Primeiro passeio em La Paz depois do Potosí...

0
Essa semana estou descansando e sarando as feridas dos meus pés, dessa forma, estou aproveitando para conhecer La Paz, comprar alguns equipamentos que me fizeram falta no Huayna Potosí, como, head lamp de boa qualidade, a pesar da minha ser de uma marca famosa (BD), está falhando no frio extremo. Um anorak e roupas de Gore-tex, uma bota de aproximação e uma mochila intermediária de 45l.
Também estou consumindo a comida que sobrou nos alforres da Bike, coloco o fogareiro no box do quarto de hotel onde estou instalado, so por segurança, e estou cozinhando o meu estoque, para não acabar vencendo.
Hoje vi um desfile típico da cultura boliviana, fechou a rua Illampu e parecia um bloco de carnaval. Senti muita saudade de Olinda! Minha terrinha querida!












Fazendo o almoço!



Huayna Potosí/Bolívia - continuação

0
Essas fotos são da outra câmera, eram as que estavam faltando do Potosí! Lá tive a oportunidade de fazer o curso de escalada no gelo. 
Inesquecível!  










Chacaltaya - Bandeira de PE!!

1
*Finalmente consegui enviar aquela foto que prometi no cume do Chacaltaya com a bandeira de PE! Gostaram?


Escalada na Huayna Potosí - Segunda experiência de aclimatação

1

A escalada na Huayna Potosi foi uma grande experiência e um teste para avaliar meu nível de preparação para as altas montanhas. Não consegui chegar em seu cume, faltaram 188 metros. Aos 5.900m decidi retornar, pois não estava suficientemente aclimatado para continuar. Por isso, decidi escalar outras montanhas, um pouco mais baixas, antes de tentar atingir os 6.000 m.
Agradeço a torcida de todos vocês! Se não for pedir muito, gostaria que todos continuassem mandando essa energia positiva, pois está ajudando muito!!! Principalmente nos momentos mais exaustivos!
OBRIGADO!

Refúgio campo base do Huayna Potosí


Uma laranjinha para fazer a digestão depois do jantar

Meus companheiros de escalada no Huayna Potosí, a Marlene (da Dinamarca) e o Eliseu (guia de montanha)

Um pequeno córrego decorrente do degelo, fica permanentemente congelado

O buraco no gelo de onde tiramos água para lavar os equipos

Agora também com o adesivo do Rumo ao Topo

Subindo em direção ao refúgio no campo alto

Os companheiros de escalada, os guias e a Marlene

 Já em quase 5.000m e subindo

Marlene, Eliseu e a mulher local responsável pelo controle de chegada das pessoas no refúgio


 Assim que se leva o material para reforma do refúgio, que está a 5.130m

Lá está o cume

 Mais montanhistas subindo o Potosí

Vista do campo alto

Refúgio Campo Alto 

Eu e o Eduardo Mamani, escalador boliviano bastante respeitado! Tive o grande prazer em conhecê-lo e de ter trocado uma ideia com ele

Coloquei as botas erradas, meu pé não aguentou!


Chacaltaya - 5.410m! **Fase de aclimatação

0
Na van
Dia 27/07 comecei meu processo de aclimatação e a primeira montanha foi o Chacaltaya - 5.410m, onde fica localizada a estação de eski mais alta do mundo, a 5.200m, só que ela está desativada desde a década de 90 por conta do degelo. Para ir ao Chacaltaya paguei 75,00Bs, cerca de R$25,00, e uma van leva você até a estação de eski, uma mamata! Mas como a estrada de terra estava com muita neve, onde aliás só cabe um carro e é totalmente sinuosa (beirando o abismo!), ficamos aos 4.800m, para a minha felicidade! Pois teríamos que subir todos os 600m até o cume, o que ia me ajudar bastante na aclimatação. Nessa excursão conheci vários brasileiros, fiz amizade com uma família de Curitiba, conversei bastante com o Stark e filhos, Gabriel e o Lucas. Ainda estavam na van dois alemães, um japonês que estava acompanhado de uma jovem que não sei a nacionalidade, um casal brasileiro e o resto da família do Stark, duas senhoras e mais duas mulheres. 
Meu primeiro contato com a neve e a altitude a cima dos 5000m não podia ter sido melhor, fui progredindo rapidamente no início, por entre pedras e neve, a paisagem da cordilheira Real foi ficando cada vez mais grandiosa e imponente, ao meu lado esquerdo um paredão nevado, a frente o belo Huayna Potosí e à direita o Chacaltaya com sua estação de eski logo a baixo do seu cume.
Depois que passei pela estação começou uma subida mais íngreme, fui progredindo lentamente, um passo após o outro, até chegar num falso cume, de onde eu avistei a pirâmide parcialmente nevada, que leva ao cume. Lá em cima já estavam os dois alemães. Do falso cume de onde eu estava havia uma leve descida e outra encosta também bastante inclinada, e fui afundando a neve vagarosamente, tentando poupar o pouco ar que eu conseguia inspirar.
Apesar da dificuldade de respirar eu estava me sentindo muito bem, sem apresentar nenhum sintoma da altitude, apenas uma leve pressão na cabeça, e assim continuei até o cume do Chacaltaya, onde fiquei sozinho durante os dez minutos que aproveitei toda aquela imensidão da cordilheira Real, o Illimani grandioso e solitário, e aos seus pés a cidade de El Alto. Do grupo da van apenas eu e os alemães chegaram no cume. Os cinco minutos que passei sem luvas para manipular a câmera foi o tempo de quase congelar minhas mãos, pois o vento estava bem forte e fazia uns zero graus, foi difícil por as luvas com as mãos rígidas. Mas consegui me fotografar com as bandeiras do meu estado e do meu país, em meu primeiro cume em alta montanha (como essa foto foi tirada com outra câmera ainda não consegui enviar para vocês, mas logo postarei no blog e no Facebook)!
No cume!
A descida foi bem rápida, como não vi mais ninguém do grupo subindo imaginei que já estavam indo embora e eu queria descer rápido e sair logo daquele vento cortante para descongelar minhas mãos. Desci em linha reta, ignorei a trilha e fui por entre a neve, avaliando onde ela estava mais dura e rasa, teve um momento que afundei a perna esquerda até a cintura, daí contornei pelas pedras, desta forma cheguei na van primeiro que todo mundo. Quando estávamos chegando na calle Sagarnaga eu comecei a sentir uma leve enxaqueca, pensei ter haver com a altitude mas logo diagnostiquei que era insolação, e eu já estava na altitude "normal" como de costume, daí vi que o meu rosto estava bastante queimado e comprovei minhas suspeitas.