Chacaltaya - 5.410m! **Fase de aclimatação

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Na van
Dia 27/07 comecei meu processo de aclimatação e a primeira montanha foi o Chacaltaya - 5.410m, onde fica localizada a estação de eski mais alta do mundo, a 5.200m, só que ela está desativada desde a década de 90 por conta do degelo. Para ir ao Chacaltaya paguei 75,00Bs, cerca de R$25,00, e uma van leva você até a estação de eski, uma mamata! Mas como a estrada de terra estava com muita neve, onde aliás só cabe um carro e é totalmente sinuosa (beirando o abismo!), ficamos aos 4.800m, para a minha felicidade! Pois teríamos que subir todos os 600m até o cume, o que ia me ajudar bastante na aclimatação. Nessa excursão conheci vários brasileiros, fiz amizade com uma família de Curitiba, conversei bastante com o Stark e filhos, Gabriel e o Lucas. Ainda estavam na van dois alemães, um japonês que estava acompanhado de uma jovem que não sei a nacionalidade, um casal brasileiro e o resto da família do Stark, duas senhoras e mais duas mulheres. 
Meu primeiro contato com a neve e a altitude a cima dos 5000m não podia ter sido melhor, fui progredindo rapidamente no início, por entre pedras e neve, a paisagem da cordilheira Real foi ficando cada vez mais grandiosa e imponente, ao meu lado esquerdo um paredão nevado, a frente o belo Huayna Potosí e à direita o Chacaltaya com sua estação de eski logo a baixo do seu cume.
Depois que passei pela estação começou uma subida mais íngreme, fui progredindo lentamente, um passo após o outro, até chegar num falso cume, de onde eu avistei a pirâmide parcialmente nevada, que leva ao cume. Lá em cima já estavam os dois alemães. Do falso cume de onde eu estava havia uma leve descida e outra encosta também bastante inclinada, e fui afundando a neve vagarosamente, tentando poupar o pouco ar que eu conseguia inspirar.
Apesar da dificuldade de respirar eu estava me sentindo muito bem, sem apresentar nenhum sintoma da altitude, apenas uma leve pressão na cabeça, e assim continuei até o cume do Chacaltaya, onde fiquei sozinho durante os dez minutos que aproveitei toda aquela imensidão da cordilheira Real, o Illimani grandioso e solitário, e aos seus pés a cidade de El Alto. Do grupo da van apenas eu e os alemães chegaram no cume. Os cinco minutos que passei sem luvas para manipular a câmera foi o tempo de quase congelar minhas mãos, pois o vento estava bem forte e fazia uns zero graus, foi difícil por as luvas com as mãos rígidas. Mas consegui me fotografar com as bandeiras do meu estado e do meu país, em meu primeiro cume em alta montanha (como essa foto foi tirada com outra câmera ainda não consegui enviar para vocês, mas logo postarei no blog e no Facebook)!
No cume!
A descida foi bem rápida, como não vi mais ninguém do grupo subindo imaginei que já estavam indo embora e eu queria descer rápido e sair logo daquele vento cortante para descongelar minhas mãos. Desci em linha reta, ignorei a trilha e fui por entre a neve, avaliando onde ela estava mais dura e rasa, teve um momento que afundei a perna esquerda até a cintura, daí contornei pelas pedras, desta forma cheguei na van primeiro que todo mundo. Quando estávamos chegando na calle Sagarnaga eu comecei a sentir uma leve enxaqueca, pensei ter haver com a altitude mas logo diagnostiquei que era insolação, e eu já estava na altitude "normal" como de costume, daí vi que o meu rosto estava bastante queimado e comprovei minhas suspeitas. 

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