Chapada dos Guimarães e Várzea Grande/MT

*As fotos de hoje são da Chapada dos Guimarães e Várzea Grande!

Mirante do Romaninho - Chapada dos Guimarães/MT

 No dia três de julho, ainda na Chapada, o céu amanheceu aberto, então decidi dar uma volta pela cidade e conhecer o mirante do Romaninho, no Morro dos Ventos, a sete quilômetros de onde seu estava. Ao chegar, tive que pagar R$3,00 para entrar, meio a contra gosto mas paguei. Quando me aproximei da beira do penhasco gigante avistei uma planície enorme, a se perder dos olhos! Os grandes paredões à beira da chapada serviam de moldura para aquela imensidão, onde ao longe dava para ver a cidade de Cuiabá, a 70km de distância. Nos grandes paredões fiquei babando ao ver o grande potencial de escalada e a beleza que seria escalar ali. A formação é de arenito, mas creio que seja um tipo estrutural mais duro do que o nosso Vale do Catimbal pernambucano, tenho quase certeza que teria grandes possibilidades de escalada por aquelas paredes vermelhas cheia de agarras e fendas. 

Bem a direita da plataforma do mirante tem uma cachoeira bem fina, mas que deixa aquele cenário ainda mais exuberante. Ao sair do mirante, logo a frente, há um restaurante onde eu enchi o meu reservatório de água num bebedouro nos fundos do local. Nesse restaurante existem diversas esculturas lindas em Madeira. 

Ao sair, não aguentei mais o rangido da corrente no sistema de marchas e resolvi parar ali mesmo para tentar ajustar, mas sem sucesso. De fato tinha alguma coisa empenada, então tive que optar por inutilizar a coroa maior, da marcha mais pesada, puxei o ferrinho com a mão até amassar o suficiente para a corrente não bater naquelas posições das coroas menores. Ficou perfeito, mas não passava para a marcha pesada.

No outro dia, parti da cidade Chapada dos Guimarães com destino a Cuiabá, mas antes eu queria conhecer a cachoeira véu da noiva. Saí às 7h20min e segui em direção ao parque nacional, cerca de 14km depois cheguei no portão de entrada da cachoeira e recebi a notícia de que o horário de funcionamento era das 9h da manhã até as 4h da tarde. E ainda eram 7h50min, mas eu estava decidido a conhecer esse cartão postal da Chapada, mesmo se atrasasse minha viagem. Saí de lá e comecei a descer bastante, eu não podia me empolgar muito pois teria que subir tudo de volta quando desse o horário de visitação da cachoeira, então fui com calma procurando o que fazer para passar o tempo. Logo avistei o vale por entre os penhascos, mas estava muito longe, então desci mais um pouco e encontrei vários blocos de pedras equilibrados um em cima dos outros, e mais a baixo havia um boulder irado à beira da estrada! Era o lugar certo para passar o tempo! Parei a Bike ao lado e preparei a câmera para filmar, não era difícil, apesar de ser negativa a virada, mas eu fiz de bota mesmo! Só queria curtir o momento! Como tenho feito bastante desde que saí Brasil a fora.Depois do boulder subi em outro bloco de pedra onde havia uma torre de rocha estreita equilibrada em cima dessa que eu estava, pensei em subir mas era muito alta para subir sem segurança. 

Pronto, faltavam 15 minutos para liberarem o acesso ao véu da noiva, subi toda a ladeira que eu tinha descido com bastante dificuldade. E finalmente cheguei lá no horário, deixei a Bike na entrada e desci a trilha até um Canion gigantesco e imponente, dava para fazer para mais de 1000 vias ali, apesar de ser arenito. Desci mais alguns metros e lá estava! Exuberante! Aquela enorme queda sobre a boca de uma caverna gigante! Ainda assisti o espetáculo de um casal de araras vermelhas que sobrevoavam a todo momento a queda d'água, um verdadeiro presente de Deus. Lá na cachoeira conheci várias pessoas, um casal de Goiás, uma família e um casal de São Paulo e ainda falei com dois amigos do Sul e um brother de lá, ciclista que postou uma uma foto minha para a galera do Pedala Xomano. De lá, recomecei a viagem tarde pra caramba, quase 11h, iniciei a descidona da chapada sem acostamento e numa ladeira sinuosa, bem perigosa, com bastante movimento de automóveis em alta velocidade. Eu tinha que me concentrar e focar ainda mais no que eu estava fazendo, ao mesmo tempo a vista era fantástica! Era difícil me concentrar só na estrada sem olhar para aquela imensidão de paisagem! Geomorfologia pura! Tive que parar diversas vezes para admirar e registrar aquele momento! Quando desci me deparei com um relevo bastante ondulado, que se estendeu quase que por todo o trajeto até Cuiabá. Todas as subidas, somadas ao sol fortíssimo que peguei das 11h30min às 15h e ainda por cima com o pneu furado faltando uns sete quilômetros, contribuiram para o meu esgotamento mental. Avaliei que eu não estava psicologicamente em condições de trocar o pneu traseiro, que furou ao passar sobre um filete de roda de caminhão. Decidi ficar enchendo com a bomba até chegar, fiz isso por cinco vezes e para completar fui espetado pelos dentes da coroa! Eu estava enchendo o pneu quando um caminhão passou e o vácuo derrubou a bicicleta, a luva prendeu entre a carraça e a corrente e as pontas de ferro entrou em dois dedos, fiquei puto!
Levantei a Bike e consegui chegar em um posto na entrada de Cuiabá. Liguei para Fernando Amaral, de Val Paraíso, quem solicito pra caramba e sempre me ajuda. Ele falou com outro amigo de Cuiabá, o Thiago Girotto, que praticamente me resgatou lá no posto. Obrigado!! O Thiago é um cara gente fina, trocamos uma ideia e ele levou minha Bike na loja CR Bike em Várzea Grande, onde o pessoal me presenteou com uma revisão, regulagem das marchas, lubrificação e a troca do pneu. Muito obrigado CR Bike!!! O Thiago ainda me levou até a casa do Dago e da Fernanda, que são amigos escaladores lá de Recife! Eles me hospedaram confortavelmente em Várzea Grande-MT. Quero agradecer ao Thiago Girotto pelo grande apoio e atenção que me deu, não sei como agradecer brother! E quero agradecer bastante ao Dagoberto e à Fernanda que me acolheram e me fizeram com que eu me sentisse em casa! Com direito a muro de escalada em casa ;))

Escalada da casa de Dago

OBS: eu pensei que o Sertão Baiano era quente, mas Cuiabá é EXTREMAMENTE INSUPORTÁVEL DE TÃO QUENTE!

reabastecendo

No dia 10 de julho, uma encomenda que eu esperava pelo correio ainda não havia chegado. Assim, enquanto não chegava eu arrumava alguns detalhes pendentes e também tive que reabastecer minhas energias com alguns mantimentos, pois daqui para frente enfrentarei trechos longos, sem cidades. consequentemente estarei mais pesado, mas me livrei do que pude... Roupas, lençol, caderno, etc. Para substituir por comida.
Fui à casa de Dago e Fernanda para buscar uma das encomendas, de adesivos e cartões e aproveitei para dar uma treinada com os dois lá no murinho! Show! Pena que estou com uma lesão no dedo maior da mão esquerda, que está me limitando especialmente nas pegadas de "reglete". A pesar disso deu para entrar em algumas vias.
Nunca imaginei que fosse tão caro viver na capital do Matogrosso! Cuiabá, Várzea Grande, em todo lugar, os produtos dos mercados apresentam preços exorbitantes, três vezes mais caro do que em Recife. Numa feira de R$100,00, por exemplo, tendo em vista os produtos mais básicos, você sai do super mercado com no o máximo quatro sacolas e muita insatisfação, e olha que as sacolas não ficam totalmente cheias. Achei um absurdo!
Comprei o que pude e o que eu sentia maior necessidade.

Vacinado contra a febre amarela!

Valeu, amigos!!