Barra do Garças/MT

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*Hoje finalmente a postagem é de Mato Grosso! 
Saí de Aparecida por volta das 6h40min da manhã, como estou no meio do continente Sul americano aqui ainda fica escuro nesse horário, pois o sol demora mais a percorrer toda a extensão do oceano até aqui em relação ao horário de Brasília.
A estrada estava toda esburacada e essa situação se estendeu por cerca de 30 km. Eu estava animado, peguei algumas subidas no começo e depois o terreno começou a ficar mais plano, alternando entre longos períodos planos e intervalos de declives e aclives ao cruzar alguns rios e córregos da região. Eu seguia muito bem e quando o sol começou a esquentar, de mais ou menos às 10h30min, encontrei às margens da rodovia uma espécie de igarapé com uma vegetação de arbustos e palmeiras alagados por um riacho de águas transparentes com muita vida! 
Parei a Bike, desci até lá e pude ver diversos tipos de peixes de todo tamanho e muitas algas belíssimas! Parecia um aquário, foi o que me revigorou, daí peguei minha caneca e bebi quatro vezes daquela água pura, deliciosa, deu vontade de acampar ali! Mas ainda tinha muito chão até Barra do Garças, cerca de 70km.
Saí pedalando renovado e feliz, depois de uns 8km a frente
parei em um povoado chamado Ponte Alta. Lá comprei um isotônico e algumas besteiras a base de leite para enganar a fome e se prevenir, pois eu ia passar da hora do almoço na estrada. Logo continuei minha pedalada e cerca de 12 km depois cruzei o rio Caiapó. Em seguida fui subindo, pedalando lentamente naquelas ladeiras extensas com muito sol e fui progredindo aos poucos até chegar em uma parte um pouco mais plana. De repente dois motoqueiros passam por mim, param e fazem a volta ao meu encontro, o Beto e o Alencar, moram em Cuiabá e estavam viajando, tem grandes experiências de viagens pela América do Sul, inclusive pela Bolívia. 
É muito bom encontrar amigos viajantes! Trocamos idéias e contatos, os dois tem duas motos lindas e robustas da BMW, logo me chamaram para almoçar com eles em Barra do Garças mas eu levaria pelo menos 3h30min para percorrer os 50km até lá, foi aí que eles perguntaram se eu não queria ser rebocado até lá... Eu respondi, por que não? O Beto amarrou um stick no eixo do meu guidom e prendeu no bagageiro de sua moto, combinamos ir a 40 ou 50km por hora e ele falou que nunca havia rebocado ninguém e eu falei que nunca tinha sido rebocado também e íamos descobrir ali como seria kkkkk....No começo ele saiu devagar 50km/h... ... 60... 70... E chegamos a 84km/h! Minhas mãos e meus pés ficaram dormentes de estarem tencionados na mesma posição no guidom e nos pedais, percorri todos os 50km que faltavam praticamente em pé, na posição de moutainbike, ligado e focado para não cometer o estúpido erro de cair rsrsrsrs... Quando ele acelerava muito eu tocava a buzina e assim fomos até Aragarças-GO com a média de 70km/h. Eles me explicaram onde era o restaurante e eu segui pedalando para cruzar as pontes e a fronteira de Goiás com o Mato Grosso. Passei pelo rio Araguaia e em seguida o Rio das Garças, o nome das cidades Aragarças e Barra do Garças são decorrentes do encontro desses dois rios naquele ponto. É uma imensidão de água e de vida. Quando passei pela ponte avistei o restaurante, era um restaurante flutuante no rio.
Chegando lá eles estavam na mesa com um músico chamado Marco
s, gente fina e um exímio tocador de violão, ficamos por lá conversando, cantando e comendo um peixe delicioso acompanhado de uma cervejinha gelada, que maravilha! Dei uma palhinha no violão e matei a saudade de tocar também. O Alencar pagou o almoço e disse para eu subir até um lugar chamado Águas Quentes, que era um clube com piscinas térmicas naturais e ele falou que pagaria a diária para mim na pousada Águas Quentes. Agradeci bastante aos dois! Me despedi do Marcos e fui subindo até esse lugar, uma subida punk!! Mas fui empurrando a bike numa parte e consegui chegar!
Rio Araguaia e Rio das Garças
A noite fui experimentar as águas aquecidas do clube e ficamos por lá só curtindo, no começo achei muito artificial mas depois fui me acostumando com o ambiente, principalmente depois de cair na água morninha, mais a cima tem o ofurô (não sei escrever), é a fonte de água naturalmente térmica, chega sai fumaça de tão quente! No começo você se sente em uma panela sendo cozido, mas depois se acostuma.
Os pássaros de Mato Grosso! Cores e cantos livres pelo céu, por toda parte, em todas as árvores, muros, cercas, fios ate no chão, pássaros como araras, papagaios, jandaias...uma infinidade de espécies!
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Foram fantásticas as emoções, experiências e amizades que fiz nesse dia!
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