Jussara/GO

*Último post de hoje: Jussara/GO












Foi uma viagem de 93km, subestimei a estrada para o vale do Araguaia e pensei que o terreno seria mais plano ou teria mais descidas só que peguei subidas e descidas constantes até lá, parecia os mares de morros da zona da mata pernambucana, o meu erro foi ter esperança de encontrar uma grande planície a cada vez que estava chegando no topo de cada subida. 


Elas eram muito cansativas e as descidas muito rápidas para descansar até a próxima ladeira. Aquilo foi me desgastando bastante e a estrada não ajudava. Uma boa parte, mais da metade do caminho, percorri sem acostamento e outros trechos estavam em manutenção, mas as pessoas me estimulavam ao buzinarem dos carros e caminhões apoiando o meu protesto ao ver a bandeira nacional tremulando comigo. No caminho percebi que os animais mortos que eu geralmente via nos acostamentos durante a viagem agora eram diferentes: Muitas raposas, quatis, gambás, porcos espinhos, tatus, cobras coral e um tamanduá. No céu vi e ouvi vários casais de araras enormes, papagaios e um show de cantos e cores a todo tempo. Percebi que eu estava presenciando a transição entre o cerrado e a região do pantanal Mato-Grossense. 
Devagar e sempre!

Muito cansado fui tocando viagem e parando pouco, só para descansar no meio de ladeiras mais difíceis. 61 km depois cheguei em Itapirapuã, muito cansado e com dor nas costas de tanto esforço, era mais ou menos 10h30min. Parei num pequeno restaurante na beira da estrada, pedi um suco e sentei para descansar, conheci o pessoal de lá e ficamos conversando, na hora de partir para os 30km que faltavam pensei várias vezes em ficar por ali mesmo e quando peguei a bike para partir percebi o pneu dianteiro furado. Descansei ainda mais trocando o pneu furado por um caco de vidro e prossegui logo em seguida, já sem a mochila nas costas (prendi atrás para aliviar a dor muscular que sentia na região lombar). 
Algodoeira que achei no caminho
Os quilômetros a frente foram bem difíceis, lutei contra minha mente e meu cansaço físico com muito vigor e consegui chegar, enfim, na cidade de Jussara, onde descansei por dois dias antes de seguir em direção à fronteira com o Mato Grosso.

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