Santa Cruz de la Sierra/Bolívia

1
 Ida à Santa Cruz de la Sierra:


**HOJE FEZ 100 DIAS QUE ESTOU PEDALANDO ESTRADA A FORA!! EU GOSTARIA DE AGRADECER A TODOS QUE ME AJUDARAM E A VOCÊS QUE ME ESTIMULARAM ENVIANDO MENSAGENS AMIGAS E ORANDO POR MIM! OBRIGADO POR ME ACOMPANHAREM NESSA VITÓRIA CONQUISTADA DE PEDALADAS E MAIS PEDALADAS ATÉ A BOLÍVIA! VALEU!!!!**

Aqui há cidades muito pobres e com pouca estrutura, a logística para se pedalar na Bolívia tem que ser bem grande! A realidade se mostrou para mim a partir do momento em que cruzei a fronteira. Percebi que seria um risco enorme continuar pedalando com a pouca logística que eu dispunha, sendo assim, tive que tomar uma decisão frustrante mas necessária: pegar um ônibus em direção à San Inácio. Foi a melhor escolha que eu poderia ter tomado, as condições de tudo que diz respeito a segurança nessa parte da Bolívia são muito precárias, principalmente no estado que eu estava, pois o meu corpo da cintura para cima estava bastante dolorido da queda e além disso eu iria falhar feio na logística por pura falta de informação. 
Esse trecho é muito técnico! Grandes distâncias em estrada de barro e cascalho, com pontes de Madeira sobre alagados em meio a uma paisagem extremamente erma, isolada, eu iria pecar em dois pontos que seriam fatais para o sucesso do projeto, tais são o excesso de confiança e a quantidade de água e comida. Minha saúde estaria em jogo e além disso minha segurança também! Pois todas as pessoas que perguntei me aconselharam não fazer esse caminho de bicicleta sozinho, por ser, segundo eles, "uma loucura"...Há muitos assaltantes nesse trecho esperando um alvo fácil. De fato, subestimei o leste boliviano! Confesso que cometi um erro grande em meu planejamento e se eu fosse fazer esse caminho no pedal talvez só chegasse em La Paz no final de setembro, se conseguisse chegar comprometendo gravemente o objetivo principal do Rumo ao topo, que é ESCALAR O PICO MAIS ALTO DA BOLÍVIA e mesclar ciência e esporte.Com essas palavras estou tentando justificar para mim mesmo a minha decisão de não enfrentar esse caminhão de dificuldades que foram despejadas sobre minha cabeça de uma só vez, mas o principal é seguir o objetivo maior dessa viagem, por isso apenas continuarei o pedal a partir de Santa Cruz de la Sierra, de onde começa a subida da cordilheira dos Andes bolivianos, mas só o farei se as condições e o clima forem seguros o suficiente para não arriscar minha vida e meu projeto.
O leste boliviano se caracteriza por estradas sem fim, planas, sem curvas, com uma floresta fechada ao longo de toda ela em suas duas margens. Barro irregular, fofo nas laterais, duro e cascalhento no centro, poeira...
De ônibus, depois de algumas horas de muito nada, surgem no meio do mato comunidades com poucas casas, a maioria feitas de madeira ou taipa, e postos do exercito boliviano que controlam cancelas, exigindo a identificação de quem deseja seguir naquela imensidão longínqua. Até que chegamos em San Vicente, uma cidadezinha um pouco maior com algumas casas e comércios, mas ainda sem quase nenhuma estrutura. É uma parte muito pobre do país, mesmo assim fomos servidos de um bom almoço, com carne, feijão, arroz, macarrão, verdura e ovo, por apenas 18 Bolivianos. Seguimos direto até Santa Cruz..Tive que pagar mais 70 bolivianos além dos 60 até San Inácio, mas sei que foi a decisão correta. 

Exército da Bolívia










AVANTE A MAIS UMA ETAPA!!

Um comentário:

  1. Planing and Doing - Cheking and Action. Tu estais dando aula prática de tomada de decisão e equilíbrio entre razão e emoção. Muito Bom!

    ResponderExcluir